Fui visitar a Bienal aqui em São Paulo; de fato, não é mais um evento composto por obras inspiradoras e provocativas, como em seu passado glorioso. Entretanto, mesmo com uma Bienal "anorexa", pude encontrar alguns trabalhos muito interessantes. Destaco dentre eles um em especial, a obra do artista Arthur Bispo do Rosário.
Arthur Bispo do Rosário foi diagnosticado com esquizofrenia paranóide, viveu boa parte de sua vida num hospício e se dedicou a cumprir a seguite missão: organizar e catalogar tudo o que estava a seu redor para entregar-los a Deus. Em sua obra é nítida sua incansável vontade de trabalhar. Produzia freneticamente, juntando, bordando, colecionando os mais diferentes objetos e escrevendo uma infinidade de coisas. Sem medir esforços e sem questinamentos, sem reflexão, seguia dedicando a maior parte de seu tempo em cumprir seu objetivo principal.
Quando olho para sua obra como um todo, me espanto com a inacreditável quantidade de peças produzidas, nelas é possível perceber seu sofrimento e tormento. Vivia para trabalhar, dia e noite, solitáriamente, sem perder tempo com qualquer coisa que o tirasse de seu foco. Seu foco: produzir, produzir, produzir... Sinto que desta maneira ele conseguia aquietar seu espírito, se sentir vivo, para assim continuar trabalhando mais e mais.
Agora me diga, quantos "Arthur Bispo do Rosário" você conhece nos dias de hoje?
Bienal 2012 SP/ Athur Bispo do Rosário/ Estevão Toledo/ Foto: E. T. |
Bienal 2012 SP/ Arthur Bispo do Rosário/ Estevão Toledo/ Foto: E. T. |
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